segunda-feira, 24 de maio de 2010

DIÁLOGO

“Paulo Freire reflete e sempre da análise do contexto da educação como um processo de humanização, ou seja, o caráter problematizador que se dá através do diálogo, tem base existencialista, visto que o diálogo "se impõe como caminho pelo qual os homens ganham significação enquanto homens" (Freire, 1983, p.93).
As aulas da semana seis foram de um aprendizado bem importante, pois juntos discutimos o que cada um pensava, debatíamos o que cada um falava. Os alunos realizaram uma análise de si próprios e de seus colegas colegas. Alguns alunos de início ficaram meio constrangidos de falarem, mas aos poucos iam se soltando. Quando percebia que algum dos alunos se isolava, ao propor alguma atividade, procurei incentivar de forma com que o mesmo contribuísse com o diálogo e o desenvolvimento dos trabalhos. E sempre dava resultado. As manhãs passaram muito rápidas, e quando vimos já estava na hora de iniciarmos outras atividades, planejadas para o dia.
Embora considerando muitas atividades propostas de fácil compreensão, e nosso diálogo ter sido bem sucedido, os alunos apresentaram algumas dificuldades. Não possuem uma leitura fluente e clara. E na hora de interpretar os textos, percebe-se a falta de atenção, nos trabalhos que estão realizando, ficam sempre esperando que alguém responda por eles. Nas atividades de raciocínio lógico também apresentam algumas dificuldades, mesmo usando o material de contagem. Falei que ninguém nasceu sabendo, que se fosse assim não precisava existir escola. Riram. Falei que não precisa ter vergonha de errar. Se errar é só apagar e realizar ou responder novamente.
Acredito que ao perceber uma pequena mudança positiva nos alunos, com relação aos trabalhos propostos, fico feliz. Sei que é exaustivo o trabalho que realizo com estes meninos e meninas em situação de vulnerabilidade social, mas gratificante quando percebemos que o trabalho não foi inútil.
Referência:
FREIRE, Paulo. (1979). Educação como prática da liberdade. 17.ed. Rio de Janeiro, Paz e Terra.. Pedagogia do Oprimido. (1983). 13.ed. Ruo de Janeiro, Paz e Terra. ( Coleção O Mundo, Hoje,v.21).

terça-feira, 18 de maio de 2010

O DIÁLOGO COMO PARADIGMA


Depoimento de um aluno após o diálogo orientado sobre as lendas Brasileiras:" Professora nas outras escolas, nós não conversava assim, era diferente, não deixavam nós falar assim como a senhora fala com a gente".
Apartir deste relato acima descrito, e de todos os alunos. Os procedimentos da semana: “Lendas Brasileiras”. Abordei temas, personagens e aspectos culturais por meio da contação de histórias pesquisadas nos sites. Solicitei que alguns alunos contassem lendas que conheciam. Selecionamos as lendas pesquisadas na sala de informática, e com seus pais, avós e parentes, comentamos e confeccionamos um painel.
Conversando com os alunos e algumas de suas respostas:
Por que será que as pessoas mais velhas acreditam em lendas?
R: Meu pai disse que existem lendas. Minha mãe também conhece e disse que já viu uma assombração, ela falou que era um bicho feio. Porque eles não sabem o que é. Eles têm medo. É para nos assustar. É só historinha que os avós contam, mas não existe de verdade. Lendas são coisas ruins. Eu tenho pavor só de imaginar. Eu acredito que são fantasmas. etc....
-Elas não seriam explicações de fenômenos desconhecidos que hoje a ciência já explica?
R: Acho que é. Eu acho que é verdade. Eu acredito. Não sei...
-Será que a gente também não cria lendas ao tentar explicar o que desconhecemos?
R:Eu acredito. Eu conto lendas. Eu invento histórias para não apanhar do meu pai.Eu tenho medo quando minha vó conta. Eu não gosto de ouvir, depois eu não consigo dormir.
-O “Lobisomem” é uma lenda?
-Quando uma criança está predestinada a ser lobisomem?(Depois de sete meninas terem nescido)
-Estudar o vocabulário através da consulta nos dicionários; das palavras: (sina, untar, predestinado, umburana, estrebuchou,...)
Criando:
Lendas Folclóricas: Em grupo, pesquisar em sites, outras lendas folclóricas.
Para conhecer melhor as lendas, perguntar aos pais, avós ou parentes se eles conhecem algumas lendas e após expor ao grande grupo na sala de aula.
Procurar em livros, revistas e jornais.
Desenhar os personagens conforme imaginação de vocês e montarem um mural..
Sugestões de lendas:
“O Lobisomem” (Samir Meserani -São Paulo, FTD,1993
O negrinho do pastoreio.
Saci-Pererê.
A mula -sem-cabeça.
O boitatá.
O boto cor de rosa.
A vitória-régia.E outras...
Recursos:
Pesquisas no Laboratório de Informática, conversa com os pais e avós, revistas, jornais, livro didático, cartazes,montar um mural, dicionário, cartolina, lápis de cor, lápis, borracha, caderno, tesoura, cola, figuras, caderno, folhas xerocadas.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

O DIÁLOGO COMO PARADIGMA

Para Freire,"... o diálogo não é apenas um método, mas uma estratégia para respeitar o saber do aluno que chega à escola.." Diálogos, vol. 2, p. 77
Nesta semana seis do estágio foi desenvolvidas atividades sobre “As Lendas Basileiras”. Durante o diálogo orientado sobre o tema, fiquei impressionada com a imaginação e criatividade dos relatórios que os mesmos faziam de lendas contadas por familiares.Percebi que por meio do diálogo, em suas variadas formas, as trocas de idéias, e vivências, é que o aluno e professor se comunicam, conhecem seus semelhantes e o mundo que os rodeia. Expressam suas idéias e emoções, adquirem conhecimentos e desenvolvem uma postura crítica, criativa autônoma e solidária.
Contamos com o auxílio do professor de informática da escola para a realização das pesquisas. Marcamos dois dias, no Laboratório de Informática, com uma hora e meia cada, para realizarmos as pesquisas nos Sites. Cada aluno ficou responsável por procurar uma lenda e após na sala de aula seriam apresentadas e comentadas ao grande grupo.Procuramos elaborar um painél com variadas lendas pesquisadas, valorizando a forma de cada aluno expressar sua aprendizagem. Adaptamos o material didático disponível na escola, procurando enriquecê-lo, amplià-lo de acordo com a realidade escolar, dando atenção aos interesses e expectativas dos alunos quanto ao tema proposto.
Acredito que a discussão de diferentes pontos de vista e de análise de diversas formas de trabalho, só vem a contribuir para a realização do processo de ensinar e aprender.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

CURIOSIDADE



Desenhos e maquetes realizadas pelos alunos após a visita no Museu da UFRGS.

“A curiosidade é fonte fundamental do conhecimento: a curiosidade, no fundo, revela interesse e, também, usa interesses. Descobre, gera, eu acho que é assim. Pra mim é um problema sério você na a defender, você não respeitar eticamente a curiosidade das pessoas”.(p131).Conversando com Paulo Freire – Bolema, ano16,nº20,2003.
Acredito que assuntos que despertaram maior interesse e curiosidade nos alunos foram às saídas de campo. Uma delas a visita ao Museu da UFRGS. Conteúdo trabalhado em sala de aula “Sistema Solar”. A curiosidade e o encantamento que os mesmos demonstravam ao se deparar com algo que não imaginavam existir. Descobrir que além dos livros didáticos e pesquisas em sites existem outras formas modernas de aprender e estimular nossa curiosidade foi muito gratificante.
Acredito que aulas que procuram desenvolver a curiosidade dos alunos, com temas interessantes, farão partir dessa curiosidade em busca de conhecer e entender. E certamente o professor ficará surpreendido com o interesse dos alunos e os resultados adquiridos.
Muitas vezes, observando a forma tradicional dos professores darem suas aulas e obterem resultados não satisfatórios. Relembro as saídas de campo com os alunos. Existe falta de incentivo e estímulo à curiosidade dos alunos, evidenciando à busca de conhecimento insuficiente acerca do mundo e da tecnologia atual que os cercam.

domingo, 2 de maio de 2010

Educação e Transformação Social


Aluno Gabriel, Professora Patrícia Formula II e Maquete expontânea do Sistema Solar, Tema desenvolvido nas aula , realizada pelo aluno, após uma visita no Museu da UFRGS"Em Casa, no Universo".
“Devemos compreender de modo dialético a relação entre a educação sistemática e a mudança social, a transformação política da sociedade. Os problemas da escola estão profundamente enraizados nas condições globais da sociedade, sobretudo no que diz respeito a essas questões de disciplina e alienação” (p.157). Paulo Freire e Ira Shor, Medo e ousadia: o cotidiano do professor, 2.ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1986.
Nestas três semanas de estágio, deparei-me com a forma tradicionalista que estava acostumada a trabalhar, sem flexibilidade. Um projeto pedagógico estagnado parado, não podia sair dos objetivos fechados que nos haviam impostos que não ofereciam as reais chances aos alunos de transformarem a educação conforme seu ponto de vista, seus desejos, deixando abrir suas possibilidades para a curiosidade, dando incentivo a pesquisas, desafios, visando uma transformação social justa e digna.
Ao contrário de uma Direção ditadora, na escola onde estou realizando o estágio, a equipe Diretiva é bem flexível, nos dando plenos poderes de trabalhar junto aos alunos, dentro dos objetivos e tema gerador.
Com certeza os resultados positivos estão aparecendo, naturalmente e discretos nos trabalhos mútuos, experiências, questionamentos do universo de nosso aluno. O simples fato de trabalharmos com mais prazer, motivação e envolvimento junto aos alunos, enfrentando desafios, aprofundando-se no processo ensino-aprendizagem tendo como conseqüências mais aprendizagens expressivas, educando através de uma educação libertadora, formadora de sujeitos críticos e transformadores da realidade, na perspectiva da construção de uma sociedade justa, democrática e humanista. Já é uma grande vitória alcançada, principalmente em se tratando de alunos que nos são enviados por instituições, Ministério Público e Conselhos Tutelares.. Casos muito “especiais”, como é o perfil deste educando. Jovens e adultos em situação de risco com fracionamento da unidade familiar, problemas de conduta onde a prática de delitos e/ou drogas aparece associada a sobrevivência ocasionando problemas sociais ou abandono. Pauta-se na garantia dos Direitos Humanos e tem na Educação como direito e o aluno como centro das atenções.